sábado, 5 de fevereiro de 2011

Encerrando ciclos - Por Fernando Pessoa

Sempre é preciso saber quando uma etapa chega ao final...

Se insistirmos em permanecer nela mais do que o tempo necessário, perdemos a alegria e o sentido das outras etapas que precisamos viver.

Encerrando ciclos, fechando portas, terminando capítulos. Não importa o nome que damos, o que importa é deixar no passado os momentos da vida que já se acabaram.

Foi despedida do trabalho? Terminou uma relação? Deixou a casa dos pais? Partiu para viver em outro país? A amizade tão longamente cultivada desapareceu sem explicações?

Você pode passar muito tempo se perguntando por que isso aconteceu....

Pode dizer para si mesmo que não dará mais um passo enquanto não entender as razões que levaram certas coisas, que eram tão importantes e sólidas em sua vida, serem subitamente transformadas em pó. Mas tal atitude será um desgaste imenso para todos: seus pais, seus amigos, seus filhos, seus irmãos, todos estarão encerrando capítulos, virando a folha, seguindo adiante, e todos sofrerão ao ver que você está parado.

Ninguém pode estar ao mesmo tempo no presente e no passado, nem mesmo quando tentamos entender as coisas que acontecem conosco.

O que passou não voltará: não podemos ser eternamente meninos, adolescentes tardios, filhos que se sentem culpados ou rancorosos com os pais, amantes que revivem noite e dia uma ligação com quem já foi embora e não tem a menor intenção de voltar.

As coisas passam, e o melhor que fazemos é deixar que elas realmente possam ir embora...

Por isso é tão importante (por mais doloroso que seja!) destruir recordações, mudar de casa, dar muitas coisas para orfanatos, vender ou doar os livros que tem.

Tudo neste mundo visível é uma manifestação do mundo invisível, do que está acontecendo em nosso coração... e o desfazer-se de certas lembranças significa também abrir espaço para que outras tomem o seu lugar.

Deixar ir embora. Soltar. Desprender-se.

Ninguém está jogando nesta vida com cartas marcadas, portanto às vezes ganhamos, e às vezes perdemos.

Não espere que devolvam algo, não espere que reconheçam seu esforço, que descubram seu gênio, que entendam seu amor. Pare de ligar sua televisão emocional e assistir sempre ao mesmo programa, que mostra como você sofreu com determinada perda: isso o estará apenas envenenando, e nada mais.

Não há nada mais perigoso que rompimentos amorosos que não são aceitos, promessas de emprego que não têm data marcada para começar, decisões que sempre são adiadas em nome do "momento ideal".

Antes de começar um capítulo novo, é preciso terminar o antigo: diga a si mesmo que o que passou, jamais voltará!

Lembre-se de que houve uma época em que podia viver sem aquilo, sem aquela pessoa - nada é insubstituível, um hábito não é uma necessidade.

Pode parecer óbvio, pode mesmo ser difícil, mas é muito importante.

Encerrando ciclos. Não por causa do orgulho, por incapacidade, ou por soberba, mas porque simplesmente aquilo já não se encaixa mais na sua vida.

Feche a porta, mude o disco, limpe a casa, sacuda a poeira. Deixe de ser quem era, e se transforme em quem é. Torna-te uma pessoa melhor e assegura-te de que sabes bem quem és tu próprio, antes de conheceres alguém e de esperares que ele veja quem tu és...

E lembra-te:
Tudo o que chega, chega sempre por alguma razão

terça-feira, 1 de fevereiro de 2011

E se no Brasil nevasse?

Convivendo com neve todos os dias começo a pensar se tivéssemos tempestades de neve no Brasil. Pra mim, de duas uma: ou éramos mais organizados ou a seleção natural ia fazer a festa. Por quê? Bom, vamos aos fatos.

- Neve é uma água "mais pesada", ou seja, se vc mora num barraquinho de madeira o que acontecerá? Isso mesmo, você pode virar panqueca ou um cubinho de gelo.

- Água é para supostamente escorrer pelo esgoto (isso infelizmente não funciona no Brasil). Neve não. Onde ela cai, ela fica. E vai se acumulando, acumulando, até parar de nevar. Por conta disso, a administração da cidade precisa ser rápida e organizada o suficiente para mandar caminhões retirando a neve das ruas e outros jogando sal misturado com areia para derreter o gelo e não causar acidentes. Não é por nada não, mas nossos governantes não são capazes de mandar limpar bueiros ou fazer um escoamento de emergência em locais onde normalmente rios transbordam. E os rios não transbordam uma vez por século, mas todo ano!

- Quando há previsões de tempestades de neves, as escolas já ficam preparadas para possíveis cancelamentos ou liberar as crianças mais cedo, evitando assim o CAOS - no trânsito, nas escolas, na vida das pessoas. Peraí, alguém já viu no Brasil uma escola cancelar as aulas por conta de prováveis tempestades de chuvas? Hummm, e o que diria o trânsito de quilômetros quando temos alagamentos...

Enfim, não há favelas nos EUA, porquê as pessoas pobres precisam morar em casas que pelo menos aguentem a neve em cima. Além disso, quem é doido de morar em cima de um morro com neves podendo deslizar a qualquer momento? Tá certo que no Brasil as pessoas moram com terra deslizando sobre as casas, mas cadê mesmo o governo para impedir?

É, isso que faz a diferença, um pouco de organização.